4/10/2005

Noite de Sábado

Para encerrar uma noite de sábado que não rolou, eu estava descendo, a pé, a Lucas de Oliveira, por volta da uma e pouco da manha, quando vi um carro da brigada (esquina com a Rua Neusa Goulart Brizola) .
Nem dei bola, estava indo pegar um taxi na protásio, pq na lucas naquela hora era difícil e porque minha carona tinha me deixado no meio do caminho porque eu fui sincero.
Da pra imaginar minha surpresa quando o carro da brigada fez a volta na quadra e parou na minha frente com um policial apontando uma arma pra mim e dizendo - Levanta as mãos!
A reação óbivia é olhar pra ele e dizer - Ein?
O brigadiano repetiu - Levanta as mãos! Tu ta armado?
Eu olhei para o cano da arma dele e gelei, o buraco dela estava apontado pra mim... Levantei as mão e disse que não.
O outro se aproximou e me revistou.
Viu que era meu celular q estava na minha cintura.
Fizeram as perguntas de praxe (tu mora por aqui - o que esta fazendo à pé por aqui, etc) e me dispensaram.
Fui até a Protásio e peguei o taxi.
Foi a segunda vez que uma arma carregada passou por mim, e foi a primeira vez que a atenção do seu cano era para mim.
A primeira vez foi em um assalto ao ônibus em que eu ia para casa da minha namorada, na época.
O cara passou com a arma rente a cabeça de todos que estavam sentados, enquanto caminhava em direção ao motorista pra botar a arma na cabeça dele.
Todavia, desta vez ela estava apontada para MIM.
Depois até pensei que seria engraçado se eu tivesse feito uma reverência, como certo político, dizendo - Ante sua autoridade, eu me rendo (ou algo assim).
Porém a situação era outra.
Eu não tinha feito nada ilegal ou que fosse de encontro com leis ou normas e, além disso, a arma apontada não era um canhão.
Além do que, o tal brigadiano, provavelmente não teria o conhecimento suficiente para rir da minha ironia e eu estaria no necrotério.
Mas não sinto raiva.
Levei um cagaço, gelei, mas fiquei tranqüilo.
Eles estavam fazendo o que todos querem que eles façam.
Assim, o saldo da noite terminou em um total de R$18,00 gastos para não terminar uma cerveja, descer de um carro no meio do caminho, andar a pé por ruas que eu não reconhecia (até chegar na Lucas), e ter uma arma apontada pra mim e pegar um taxi...